21 de setembro na UFSC: um dia para pensar a acessibilidade no Ensino Superior

29/09/2017 15:10

O dia 21 de setembro se consagrou oficialmente como o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência apenas em 2005. Entretanto, foi muito antes, em 1982, que Cândido Pinto de Melo, ativista pelos direitos das pessoas com deficiência, propôs que a data representasse reivindicações relacionadas, entre outros temas, à inclusão. 21 de setembro também é o Dia da Árvore e faz alusão ao início da primavera. O propósito dessa “coincidência” entre as datas serviu justamente para agregar o sentido de renascimento e de renovação de reivindicações referentes à cidadania, participação plena na sociedade e inclusão das pessoas com deficiência.

É uma data para refletir, pois, apesar de conquistas, a falta de inclusão e as barreiras — sejam atitudinais, arquitetônicas ou metodológicas, por exemplo — ainda existem na sociedade. Pensando nisso, a Coordenadoria de Acessibilidade Educacional (CAE/SAAD) realizou um evento que trouxe estudantes e ex-estudantes com deficiência para relatarem suas experiências no Ensino Superior e, também, professores para exporem seus conhecimentos e experiências com estudantes com deficiência na universidade, com a finalidade de discutir a acessibilidade no ensino superior dentro da UFSC. Foram proporcionados também momentos para debate com o público que compareceu. Você pode conferir a galeria de fotos do evento aqui.

Fotografia colorida em ambiente fechado. Mini-auditório do CFH. Em primeiro plano há quatro pessoas em desfoque, sentadas de costas para a fotografia, que assistem à mesa redonda. Ao centro, sentados em frente a uma mesa estão, da esquerda para a direita, Vinícius Schmidt, Kamila Silva e Ana Maria Santiago.

Vinícius Schmidt, estudante da psicologia que participou da mesa-redonda de abertura, expôs algumas de suas preocupações. Segundo ele, “a inclusão tem que estar em todos os lugares onde o estudante está, e não centralizada em um ponto”. Ele afirmou que ouviu de uma representante do MEC (que estaria avaliando o projeto de inclusão na Universidade) que a UFSC se encontra muito adiantada neste quesito se comparada com as outras universidades do país. Mesmo assim, Vinícius diz que a implementação de cotas para pessoas com deficiência o preocupa muito, visto que faltam muitas adaptações necessárias para melhor receber as demandas que virão desses estudantes.

Já formada em pedagogia na UFSC, Kamila Silva relatou várias de suas vivências durante sua trajetória acadêmica. Diz que, devido à impossibilidade de acessar algumas salas, suas aulas (e as dos colegas de turma) foram transferidas para outro prédio com acesso por elevador, por exemplo.

A Estudante do curso de graduação Letras – Português Língua Portuguesa, Ana Maria Santiago, também compôs a mesa-redonda dos estudantes. Ela ressaltou a importância de se falar sobre acessibilidade, principalmente no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. “Não somos obrigados a procurar formas de fazer as coisas diferentes, elas devem ser feita iguais para todo mundo de acordo com as nossas particularidades. Não são dificuldades, são particularidades”, disse.

Fotografia colorida em ambiente fechado. Mini-auditório do CFH. Em frente a uma mesa estão, da esquerda para a direita, Bruna Seron, Maria Sylvia Cardoso Carneiro e Sonali Paula Bedin. Esta última está falando e gesticulando.

As docentes Sonali Bedin, Maria Sylvia Carneiro e Bruna Seron também trouxeram pontos durante a mesa redonda da qual participaram, muitas vezes alertando para as barreiras que os alunos encontram durante a sua vida acadêmica — sejam atitudinais, arquitetônicas, comunicacionais, informacionais ou metodológicas. 

No encerramento do evento os participantes realizaram propostas para contribuir para as ações relacionadas à acessibilidade dos estudantes com deficiência na UFSC, que foram recebidas pela CAE/SAAD para os devidos encaminhamentos.

O evento foi de grande importância para que a Universidade pudesse discutir a acessibilidade para os estudantes com deficiência matriculados nos seus diversos cursos, buscando aprimorar o tema acesso e permanência para esse público.

Fotografia colorida em ambiente fechado. Auditório do EFI. Sentados em frente a uma mesa estão, da esquerda para a direita, Adriano Nuernberg, Marivete Gesser e Mauro Luís Vieira. Marivete fala ao microfone. Na parte da frente da mesa em que estão sentados pode-se ler “Primeiro seminário catarinense de psicologia e estudos sobre deficiência. A contribuição do modelo social de deficiência para a promoção de pesquisas e práticas psicossociais voltadas à garantia dos direitos humanos.”

Além do evento promovido pela CAE/SAAD, o Conselho Regional de Psicologia (CRP), com o apoio do Núcleo de Estudos sobre Deficiência (NED) e o Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) da UFSC, desenvolveu atividades no dia 21 de setembro no meio acadêmico (aqui você pode encontrar a galeria de fotos deste evento). Durante a tarde e a noite, várias atividades entre mesas redondas e conferências tomaram lugar no auditório do EFI.

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