Exposição Rendas de Bilro – Coleção MArquE na UFSC conta com acessibilidade

14/06/2017 12:03

A exposição Rendas de Bilro – Coleção Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE) da UFSC, baseada na percepção da delicadeza da renda, da dificuldade do ponto e da habilidade necessária para a sua confecção, estará aberta até o dia 20 de julho. O evento tem entrada franca e conta com acessibilidade para pessoas com deficiência.

O objetivo da exposição, segundo a curadora Vanilde Ghizoni, é apresentar parte das coleções de rendas de bilro que o Museu possui, “para que a universidade saiba, conheça ou volte a ter contato com o acervo”. Lucas Figueiredo Lopes, que também é curador, ressalta a prática das rendeiras pelo seu valor estético, como objeto artístico e uma cultura de resistência. Também diz que “hoje tem alguns grupos que mantêm essa prática ativa, mas pela questão da modernização e urbanização da cidade, ela sempre está em risco de se perder”, salientando a importância do acervo para perpetuar a cultura, tendo em vista que ele já fora consultado como forma de resgate do aprendizado de pontos que já não eram mais transmitidos de geração para geração.

Ao entrar na sala onde estão expostas as coleções de Oswaldo Rodrigues Cabral e Doralécio Soares, pode-se verificar um texto de apresentação em um painel. Perto dele, há uma versão acessível da descrição em Braille. Sandra Carrieri, uma das pedagogas responsáveis pelas ações educativas do Museu, diz que foi pensando em alcançar o maior número de pessoas possível que as ideias de tornar a exposição inclusiva tomaram forma.

Devido aos cuidados que são necessários para o manuseio do acervo, não é viável que se permita ao público o toque direto às rendas. Logo, a solução para que as pessoas com deficiência visual pudessem ter acesso aos desenhos foi reproduzir as peças da exposição em papel, a partir de uma impressora de corte. A partir da experiência, “a pessoa com deficiência visual ou totalmente cega vai poder tocar e sentir a trama, a renda que está exposta aqui”, de acordo com Sandra.

Às crianças que visitam a exposição, são apresentadas inicialmente histórias sobre a da trajetória das rendeiras, como uma forma de despertar interesse e evidenciar a importância das coleções sobre as quais estão prestes a conhecer, aprender e apreciar.

Para Sandra, a exposição pretende, além de atender às pessoas com deficiência, atrair a atenção de todos para a questão da acessibilidade: “Eu acho que esse é o grande pulo do gato na questão da inclusão: é você começar a sensibilizar o olhar do outro pra pessoas que têm necessidades totalmente diferentes”. Também diz que é importante tentar chamar a atenção principalmente dos pequenos para a acessibilidade, mostrando e incitando a curiosidade acerca das reproduções em papel, questionando, por exemplo, “para que você acha que servem? Você conseguiria imaginar o que é isso que está na sua mão se não conseguisse enxergar?”.

 

O quê: Exposição “Rendas de Bilro – Coleção MArquE”

Quando: Até 20 de julho de 2017.

Horário de visitação: Terça e sexta, das 9h às 17h; sábados, das 13h às 17h (exceto feriados).

Quanto: Entrada franca.

Onde: Sala de Exposição de Curta Duração do Pavilhão de Exposições Sílvio Coelho dos Santos do Museu de Arqueologia e Etnologia (MarquE) – UFSC. Campus Universitário. Reitor João David Ferreira Lima, s/n – Trindade – Florianópolis – SC.

Informações: (48) 3721-9325 e ufsc.mu.secretaria@gmail.com

Fotografia colorida em ambiente fechado. Perspectiva da entrada da sala onde a exposição toma lugar no Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE). Painéis circundam a sala com quadros que expõem as rendas. Ao centro, há painéis explicativos e suportes que apresentam mais do acervo. (Foto: Amanda Antunes Bueno)

Fotografia colorida em ambiente fechado. Em primeiro plano está uma pequena placa, em cima de uma mesa de madeira. Nela, está escrito como título “para cego ver”, acompanhado do texto “essas reproduções foram pensadas na tentativa de proporcionar uma interação maior do público com deficiência visual com a arte presente nessa exposição”. Atrás da placa, nos planos subsequentes, estão as reproduções em papel das rendas. (Foto: Amanda Antunes Bueno)

Fotografia colorida em ambiente fechado. Em cima de uma caixa de madeira está a almofada (rebolo), um cilindro de pano usado pelas rendeiras. Acima da almofada está o pique (o molde para o desenho da renda). Pendendo à frente da almofada, amarrados no pique, estão os bilros, ferramentas usadas na confecção das rendas. (Foto: Amanda Antunes Bueno)

Fotografia colorida em ambiente fechado. Fotografia de detalhe, em que se mostra o texto acessível em Braille, apoiado em um suporte de madeira. (Foto: Amanda Antunes Bueno)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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